quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Devolve, moço ...

Existe aqui uma mulher. Uma bruxa, uma princesa,uma diva.
Que beleza.
 Escolha o que quiser. Mas ande logo, vá depressa nem se atreva a pensar muito o meu universo ainda despreza quem não sabe o que quer.
Meu coração eu pus no bolso, mas apareceu um moço que tirou ele dali.
Não, isso não é engraçado, um coração assim roubado, bate muito acelerado.
Devolve, moço
Devolve, moço
O meu coração pro bolso

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Meu amor, te quero logo.

Por enquanto estou inventando a tua presença, como um dia também não saberei me arriscar a morrer sozinha, não saberei passar para a morte e pôr o primeiro pé na primeira ausência de mim – também nessa hora ultima e tão primeira inventarei a tua presença desconhecida e contigo começarei a morrer até poder aprender sozinha a não existir, e então eu te libertarei. Por enquanto eu te prendo, e tua vida desconhecida e quente está sendo a minha única intima organização, eu que sem a tua mão me sinto agora solta no tamanho enorme que descobri.

-- Você è a pessoa que mais sinto falta.

sábado, 27 de agosto de 2011

Identidade Secreta


-               Pensamento, sentimento, raciocínio, é claro. Somos também tudo isso e muito mais. Mas às vezes nós os somos só porque dizemos que somos. Usamos apenas palavras – traidoras, contraditória, fugitiva – para informá-nos sobre nós mesmos, para nos inventarmos. Mas é possível, é essencial sentir em nosso corpo quem somos...

& o que somos.

Sem remédio


Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.

E é desde então que eu sinto este pavor,

Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
 
Que é já vontade doida de gritar!

E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,

A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar.

PANORAMA ALÉM


Não sei que tempo faz, nem se é noite ou se é dia.
Não sinto onde é que estou, nem se estou. Não sei de nada.
Nem de ódio, nem amor. Tédio? Melancolia.
-Existência parada. Existência acabada.

Nem se pode saber do que outrora existia.

A cegueira no olhar. Toda a noite calada
no ouvido. Presa a voz. Gesto vão. Boca fria.
A alma, um deserto branco.

Silêncio. Eternidade. Infinito. Segredo.


Tudo opaco... E sem luz... E sem treva... O ar absorto...

Tudo em paz... Tudo só... Tudo irreal... Tudo morto...