domingo, 27 de novembro de 2011

Relações. Encantamento. Tempo


As relações amorosas têm muitas versões, bem sabemos.
Amor, paixão e atração sexual são algumas delas, que movem nossa escolha por compartilhar a vida de alguma forma com alguém.

Ainda que se relacionem, tudo indica que esses são três sentimentos diferentes: por estranho que possa parecer, há amor sem paixão, paixão sem amor, paixão sem desejo, amor sem desejo, desejo sem amor...

A cultura predominante insiste em fazê-los coincidir e isso só tem nos confundido, acho.
Vejamos.
Atração sexual é o quê? Aquele intenso desejo pelo outro? Ora... podemos desejar as pessoas e não necessariamente amá-las.
E paixão? Aquele estado inaugural de alguns relacionamentos que – defendem os estudiosos e revidam os apaixonados – não passa nunca de um ou dois anos? Aquele estado maravilhoso provocado por um misto de encantamento, visão distorcida e projeção de nós mesmos no outro? Dizem, não é de hoje, que isso não é amor – embora possa vir a ser.
E o amor? O que é, afinal? Esse parece ser o difícil... Porque – perdoem os mais românticos – não se trata de um estado que simplesmente nos atravessa de repente, é uma construção afetiva que demanda investimento.

 Diz a sabedoria que amar implica fazer o outro bem. Que o amor se revela em atos de desprendimento, de agrado, de cuidado com o outro – sem que isso signifique submissão e negação de si mesmo. Seria isso?
Se for, de fato, desejo, paixão e amor são afetos diferentes...
Quando me apaixono, estar com o outro me interessa porque me satisfaz... pois ‘eu preciso’. Também é assim quando desejo – o que em geral coincide.

Mas quando amo, me interessa estar com o outro se isso lhe faz bem. E talvez tenhamos de admitir que o amor é essencialmente piegas. E raro. E valioso. E esteticamente melhor.
Conclusão?
Nenhuma, por ora.
Apenas essas idéias. E a certeza de que a melhor versão é amor-e-desejo-igualmente-correspondidos. Afinal, tal como o disse Anaïs Nin, ‘somente o pulsar unido do sexo e do coração pode criar o êxtase’.

Três anos, estou fazendo ao seu lado. 
E isso é uma dádiva pra mim, 
pois ao sorrir e saber que eu te tenho pra sorrir junto com o meu sorriso, 
é a coisa mais linda que eu posso ganhar hoje. 
EU TE AMO!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Não é mais o sexual que é indecente, é o sentimental...

Demorei um pouco a postar, mais acho que valeu a pena, pois esse vídeo é simplesmente maravilhoso, provocando um misto de encantamento e verdade em cada frase dita.



 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Poesia por acaso

Sem inspiração
estou agora.
Tento atiçar a imaginação
mas ela demora.
Não consigo pensar em algo
que faça rimas.
É como querer acertar o alvo
com a flecha apontada para cima.
Não acho um bom assunto
que se organize bem em versos.
Mesmo sabendo que no mundo
há mil assuntos diversos.
Que coisa chata,
não consigo imaginar.
Isso quase me mata,
porque é horrível não poder pensar.

Mas espere um momento,
mesmo não tendo um tema,
se estas frases vou relendo,
vejo que é um poema!

" ADOREEEEEI "

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Resume-se em Fases ´;´

Amanhece...
E o brilho do sol
Invade-me inteira 

Despertando a mulher adormecida,
A criança marota,
A menina inocente...
Na tarde que desce
Por do sol no horizonte
A brisa calma
Entristece a mulher ferida,
A criança inquieta
A menina carente...
Na noite que avança
O escuro do nada
Domina minh'alma
E esconde a mulher selvagem
A criança perdida
A menina calada...   


                                       Débora Böttcher   

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

" Pura Noções "

Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos. 

Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que  a atinge. 

Mas, nesta aventura do sonho exposto hà correnteza.
Só recolho o gosto infinito das respostas que não se
encontram.

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e
precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e
inúmera...? 

Cecilia Meireles

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Se queres saber de mim {...}


Se queres saber de mim não olhes os meus retratos julgando saber-me assim. Se queres saber quem sou não busque nas minhas respostas quando perguntas onde vou. Se queres saber quem é esta que te sorri não olhe para a mulher. Que não me saberás pelo sorriso, não me conhecerás pelas respostas, meus retratos são imprecisos, a cada dia traço novas rotas. Se queres porventura, um dia, entender deste coração, olhe meus olhos primeiro: é neles que mora a poesia que me explica dia após dia e me mostra por inteiro. Se queres saber-me de fato, recomendo-te menos cuidado, muito carinho, pouca fala, mais riso e tato, muito tato.

PS: Hortênccialves'